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Blocking, a perversidade dentro dos condomínios


Marisa Fonseca Diniz



A vida é muito curta para desperdiçarmos tempo com pessoas difíceis de conviver, que bom seria se todos os indivíduos se colocassem no lugar do outro e entendessem que todos têm direito a ter dias de paz e descanso, mas infelizmente não é isso que acontece em quase todos os condomínios residenciais.

Depois de um longo dia de trabalho, o que mais queremos é chegar em casa e descansar, no entanto, nem todas as pessoas que residem no mesmo edifício estão realmente interessadas em facilitar o descanso alheio. Algumas pessoas podem na verdade ser bem más, principalmente quando alguns indivíduos escolhem viver de modo reservado dentro de suas casas e não estão dispostos em repartir seu tempo livre com pessoas que nada tem de positivo para acrescentar.

Ser diferente da maioria dos indivíduos em geral pode incomodar algumas pessoas que se consideram modelos para os demais moradores, mas que nem sempre os são. E quem não concorda com estas atitudes ou imposições podem se tornar vítimas da perversidade que ronda dentro de alguns condomínios. A maldade muitas vezes pode vir disfarçada de simpatia, sorrisos e até mesmo inocentes favores. 


Aquele ser humano diferente que se incomoda com a fumaça do cigarro ou com o barulho aguçado de pessoas correndo, pulando, batendo e gritando a qualquer hora do dia ou da noite no andar de cima, por exemplo, pode se tornar vítima de um vizinho vingativo que possui baixa tolerância à frustração, e que não poupará esforços para prejudicar o reclamante.

Não raramente encontramos histórias mundo a fora de pessoas que sofrem com o barulho alheio e que por diversas vezes tentaram manter um diálogo amigável com o vizinho barulhento, mas que no final acabaram sendo agredidas verbalmente e fisicamente, sem que ninguém as ajudem tendo que suportar todos os problemas caladas.

Na maioria das vezes, os vizinhos antissociais tendem a passar a ideia aos demais condôminos de serem pessoas amáveis, caridosas, mal compreendidas e perseguidas pelos vizinhos que reclamam de suas atitudes. A história muitas vezes ganha uma nova versão, o abuso acaba virando algo natural e o reclamante acaba virando o vilão.

A situação da pessoa que reclama pelo direito ao sossego que lhe é negado diariamente pode ficar pior, quando o vizinho antissocial consegue a atenção dos demais moradores, que acreditam em sua versão de perseguido dentro do condomínio. Como dizem toda história tem duas, três ou quatro versões diferentes, por isso é sempre bom conhecer todas elas antes de julgar alguém.

O problema está quando os demais moradores tomam partido daquele indivíduo que distorce a realidade e consequentemente começam a perseguir a pessoa que reclama do barulho, do cigarro, da reforma, do cachorro ou de qualquer outra situação que tira a sua paz diária ou que traz consequências físicas e emocionais, apenas com o propósito de fazerem com que ele seja desacreditado pelos seus atos praticando blocking.


O blocking é o assédio da vizinhança a uma determinada pessoa em específico durante um longo período de tempo, que pode provocar sérias consequências psicológicas à vítima. Pessoas desprovidas de empatia, altruísmo, culpa, vergonha, remorso, baixa tolerância as frustrações tem um comportamento típico de indivíduos egoístas e antissociais, mais conhecidos como psicopatas, que chegam a manipular outras pessoas com o propósito de atingir seus objetivos.

O que para muitas pessoas pode parecer algo inconcebível dentro de um condomínio é algo que acontece com muita frequência, este perfil comportamental muitas vezes é encontrado em síndicos, ex-síndicos, indivíduos narcisistas e invejosos. A hostilidade não se limita apenas aos problemas de convívio como também acaba se tornando um assédio recorrente.



A maioria das pessoas que praticam blocking contra um determinado morador possui baixa autoestima e tem como atitude espalhar fofocas, mentiras, denegrir a honra da vítima, dizimando ódio por meio de aplicativos de conversa ou pessoalmente apenas com o propósito de prejudicá-lo no condomínio para que ele seja ridicularizado perante os demais e opte por se mudar do condomínio.

Outras pessoas tendem a manipular outros moradores e funcionários do condomínio para que eles realmente acreditem nas inverdades que escutam e repliquem a outras, dentro ou fora dos residenciais para que a vítima seja considerada uma pessoa insana.


A perversidade dos atos da vizinhança por qualquer motivo pode causar à vítima estresse físico e emocional, além de problemas psicológicos. É importante, que as pessoas respeitem os direitos de cada um, pois os indivíduos são diferente um dos outros, o barulho que incomoda um pode não incomodar outros, mas nem por isso devem perseguir ou denegrir a imagem de alguém.

As pessoas que cometem blocking precisam tanto quanto a vítima de tratamento psicológico. Perseguir alguém apenas pelo fato de não gostar de uma atitude diferente, ou porque tem um carro melhor, ou porque possui móveis caros ou porque tem um trabalho diferente, ou porque o cachorro late não é, e nunca foi motivo para discriminar ou cometer assédio.

O respeito deve estar acima de qualquer situação, se alguém se sentir no direito de se vingar de quem quer que seja dentro de um condomínio, simplesmente por não concordar com a reclamação que foi feita devido barulhos estridentes cometidos por pessoas, ou o som alto, o latido persistente do cachorro, a reforma que nunca acaba precisa na verdade buscar ajuda psicológica ou psiquiátrica imediatamente, pois todas as pessoas têm o direito e o dever de saber escutar e conversar de maneira respeitável, caso contrário, as consequências podem ser bem piores.

Nem todas as pessoas são calmas ou engolem tudo caladas, algumas podem surtar, sofrer algum mal súbito ou até mesmo cometer suicídio em decorrência destas perseguições, no entanto, devemos ter ciência que apenas as pessoas amadurecidas conseguem entender as diferenças, manter diálogos amigáveis e estão realmente dispostas a resolver as desavenças, o que nos faz crer que as demais preferem o caminho mais curto, da perseguição, da vingança e o mais agravante o do ódio.

Links de artigos de referência e apoio:











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Licença Creative Commons
O trabalho Blocking, a perversidade dentro dos condomínios de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://cafesonhosepensamentos.blogspot.com/2020/05/blocking-perversidade-dentro-dos.html.

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