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Nem sempre o silêncio é o melhor remédio
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Marisa Fonseca Diniz
O artigo de hoje é mais do que uma reflexão, a pandemia trouxe a tona um problema recorrente sobre como podemos lidar
com pessoas que estão em tratamento médico ou em busca de um. A pandemia
mostrou a todos a fragilidade em lhe dar com certas situações, onde nem sempre
é necessário escancarar a boca ou se manter em silêncio.
Famílias do mundo inteiro perderam algum ente querido, amigo
ou conhecido, e infelizmente não tiverem a oportunidade muitas vezes de se
despedir ou dar uma cerimônia fúnebre de acordo com os princípios religiosos. O
que nos faz pensar o quanto ficamos impotentes perante certas situações.
Por outro lado pudemos perceber que há muito mais pessoas
doentes no mundo, com outras comorbidades tão cruéis quanto, e que
de uma hora para outra podem deixar seus portadores indefesos e enfraquecidos
sem saber o que de fato devem fazer para se ver livre da enfermidade. A
fragilidade dos sistemas de saúde em todo mundo nem sempre é tão eficiente como
imaginamos, apesar do esforço de muitos profissionais da área da saúde.
Pacientes diagnosticados tardiamente com câncer, por
exemplo, muitas vezes podem ter ficado anos tentando descobrir o problema que
os afligia e que com o tempo acabaram desistindo da busca, simplesmente por não
terem sido levados a sério ou por inexperiência médica preferindo dar um
diagnóstico qualquer para satisfazer o paciente.
Quanto mais tarde for o diagnóstico correto, mas difícil é a cura. A falta de competência de alguns profissionais da área da
saúde bate de frente com a arrogância que estes profissionais têm em não querer
escutar seus pacientes achando que muitos inventam histórias e que a
possibilidade de estarem enfrentando um mal maior pode ser exclusivamente uma grande
ilusão.
Histórico de pacientes que passam por diversas
especialidades em busca de uma solução para o problema acaba desanimando e
retardando qualquer tipo de tratamento. Não é a toa que os hospitais estão
cheios de pacientes com comorbidades que poderia ter sido diagnosticada em uma
consulta médica simples.
A covid-19 trouxe à tona a ineficiência da área da saúde
em insistir em determinados diagnósticos comuns à maioria. Temos que ter consciência que nem tudo é
virose, intoxicação alimentar, resfriado, dor de barriga, inchaço, gases,
fibromialgia, depressão e por aí vai, há outras doenças autoimunes, crônicas, cânceres,
doenças raras e raríssimas que também podem ter os mesmos sintomas, e se não
tratados a tempo podem causar problemas piores.
Saber conversar com o paciente e não ficar restrito
apenas a sua especialidade pode fazer toda diferença na vida de quem está dias, meses e anos sofrendo com um determinado problema. Gritar com o paciente
ou acreditar que aqueles sintomas não existem não vai fazer ninguém melhorar ou
se curar milagrosamente.
Médicos que não tem empatia ou não estão preparados para
trabalhar em hospitais e clinicas com alta demanda deveriam repensar melhor em
suas carreiras e buscar outra especialidade que não necessariamente precisa
trabalhar com o público em geral. Há muitas áreas dentro da medicina que não
precisa ter contato diretamente com pacientes, o que é sugestivo para aqueles
profissionais que buscam sucesso na carreira sem ter que ficar tratando de problemas alheios.
Repassar a responsabilidade para o paciente da
incapacidade médica em desconhecer o problema é outra atitude que deveria ser banida
nos consultórios médicos. Ninguém sabe tudo, por isso a importância de estar constantemente se atualizando. Outra atitude que deveria
ser completamente extinta é a mania que alguns profissionais da área da saúde
têm em querer insistentemente dizer que
é especialista em determinados segmento, simplesmente para intimidar pacientes, familiares,
e não permitir questionamentos.
O paciente quando busca ajuda médica pouco está se
importando com os diplomas que o médico possui, o que ele mais quer é resolver o problema de saúde. Intimidar alguém por motivos fúteis deixa a sensação de
que o médico é inseguro ou incompetente e não admite ser questionado por nada.
Ser profissional e esclarecer todas as dúvidas do
paciente são essenciais para um bom diagnóstico, pois assim o paciente se sente
seguro e respeitado, o que pode ajudar muito na evolução do tratamento. Agora
se nada disso for possível busque ajuda de outro profissional, pois o melhor é
cortar o mal pela raiz e não deixar resquícios para atrasar qualquer
diagnóstico futuro.
Não perca seu tempo e dinheiro com aquilo que está
atrasando sua vida, aprenda a conhecer melhor seu corpo, os sintomas, as
possíveis doenças que te acomete e questione sim o profissional que atende,
pois se você que está passando por todos esses males não solucionar suas
dúvidas com o médico que está fazendo o atendimento, não será a internet que irá solucionar.
Sinceramente conheço diversas pessoas que já foram diagnosticados
erroneamente, e que tiveram severas consequências como retardo de tratamentos adequados, e que atualmente não possuem mais a oportunidade de ter um tratamento evolutivo.
Há bons médicos e médicos medianos, mas não há nada pior
do que ser atendido por um profissional narcisista que se acha melhor do que
todo mundo, e demonstra total ineficiência em sua área de atuação. Que todos
nós possamos fazer a nossa parte e aprender a questionar todos os procedimentos
médicos para que menos pessoas sejam prejudicadas com diagnósticos equivocados,
pois quem se cala diante dessas situações permite a propagação de péssimos
profissionais na área da saúde!
Artigo protegido pela Lei 9.610 de 19 de fevereiro de
1998. É PROIBIDO copiar, imprimir ou
armazenar de qualquer modo o artigo aqui exposto, pois está registrado.
O trabalho Nem sempre o silêncio é o melhor remédio de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://cafesonhosepensamentos.blogspot.com/2021/06/nem-sempre-o-silencio-e-o-melhor-remedio.html.
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