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Corre, que o tempo está voando...
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Marisa Fonseca Diniz
Em algum momento da caminhada da vida, com certeza alguém já pensou porque o tempo está passando tão rápido a ponto de perceber que às 24 horas do
dia não são suficientes para desenvolver a quantidade de tarefas a serem feitas. Será mesmo que o tempo tem passado rápido demais ou somos nós que
estamos envelhecendo?
Algumas pesquisas têm sido feitas no decorrer dos anos
para responder uma questão muito importante na vida das pessoas, a saber: “Por
que o tempo passa tão rápido à medida que envelhecemos?”
Em 2005, os psicólogos Marc Wittmann e Sandra Lenhoff da
Ludwig Maximilian University of Munich fizeram uma pesquisa com 499 pessoas com
idades entre 14 e 94 anos sobre o ritmo em que sentiam o tempo passar tendo
duas opções a marcar, “muito rápido” ou “muito devagar” para durações curtas
como uma semana, um mês e um ano. O resultado da pesquisa foi surpreendente,
pois a maioria das pessoas que participou da pesquisa sentia que o tempo
passava muito rápido, no entanto para as pessoas mais idosas, o tempo passava
mais rápido em períodos mais longos, como uma década, por exemplo. Quando os
psicólogos pediam para os participantes refletirem sobre suas vidas, as pessoas
com mais de 40 anos de idade tiveram a sensação que o tempo passou mais
lentamente em sua infância, mais que depois deste período acelerou,
principalmente entre a adolescência e o início da vida adulta.
Do ponto de vista pessoal, eu diria que o tempo passa
mais rápido na proporção que envelhecemos, principalmente porque nossa
percepção de tempo fica condicionada as atividades nas quais estamos
envolvidos. O que pode ser explicado na pesquisa dos psicólogos Marc Wittmann e
Sandra Lenhoff, onde há duas perspectivas diferentes, uma é a vantagem
prospectiva e a outra é a retrospectiva.
A vantagem prospectiva é a percepção do tempo quando se
está executando uma atividade em um determinado período de tempo da vida, e a
outra é quando a atividade já passou, ou seja, quando estamos nos divertindo
temos a sensação de que o tempo voa, no entanto, quando nos relembramos deste
tempo à percepção é de que ela durou mais tempo (Fonte: "Why does time
seem to speed up with age?" in SA Mind 27, 4, 73 (July 2016)).
Bejan revisou vários estudos sobre visão, cognição e
processamento mental antes de concluir esta questão do tempo. A conclusão foi que
o tempo em que vivemos é aquele que representa as mudanças percebidas nos
estímulos mentais, ou seja, a medidaa que envelhecemos, o tamanho da
complexidade das redes de neurônios em nosso cérebro aumentam, os sinais
elétricos tendem a percorrer distâncias maiores, por isso o processamento do
sinal leva mais tempo. Além do quê, quando envelhecemos os nervos acumulam
danos fornecendo resistência ao fluxo de sinais elétricos fazendo com que
diminua o tempo de processamento.
É interessante destacarmos aqui, que quanto mais nos
mantermos ocupados ao longo da vida, menos teremos a percepção de que o tempo
está passando cada dia mais rápido, e menos problemas de cerebrais teremos.
Artigo protegido pela Lei 9.610 de 19 de fevereiro de
1998. É PROIBIDO copiar, imprimir ou
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O trabalho Corre, que o tempo está voando... de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://cafesonhosepensamentos.blogspot.com/2021/05/corre-que-o-tempo-esta-voando.html.
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