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Estresse, o gatilho perfeito da trombofilia

 Marisa Fonseca Diniz


O artigo de hoje, não é apenas uma reflexão, mas também uma importante informação sobre uma doença desconhecida para muitos indivíduos ao redor do mundo, e que pode causar diversos problemas aos seus portadores ao longo da vida.

Com certeza em algum momento todos já ouviram falar da hemofilia, e o risco constante de sangramento, mas e da trombofilia? O assunto de hoje é justamente sobre a trombofilia, o contrário da hemofilia e tão perigosa quanto.

Trombofilia não é propriamente dita uma doença, e sim um desequilíbrio na hemostasia com predisposição aumentada em formar coágulos dentro de veias e/ou artérias. O que para algumas pessoas pode parecer algo estranho e difícil de acontecer para outras pessoas, no entanto, pode ser algo fácil e extremamente penoso.

O estado de hipercoagulabilidade é provocado por uma falha no sistema de controle de coagulação do sangue de certas pessoas favorecendo a formação de coágulos. Essa reação tende a ativar a proteína conhecida como fibrinogênio, que é convertida em fibrina,  o principal componente do coágulo, no entanto em grande quantidade juntamente com as plaquetas elas formam um tampão evitando a perda excessiva de sangue e estancando a hemorragia evitando assim a  formação e propagação de coágulos, que podem obstruir os vasos sanguíneos, mais conhecidos como trombose.

Além da trombose, a formação descontrolada de coágulos dentro das veias e artérias pode ocasionar embolia pulmonar,  acidente vascular cerebral - AVC, perda fetal recorrente, dificuldades de engravidar, infertilidade, entre outros problemas fatais.


Segundo, o relatório da Organização Mundial da Saúde – OMS de 2019 – 2020, a doença que mais mata em todo mundo são as doenças cardiovasculares, ataque cardíaco, AVC e tromboembolismo venoso (TEV). No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que aproximadamente 300 mil pessoas por ano morrem destas comorbidades, e que no mundo ocidental a cada 37 segundos, um indivíduo morre de tromboembolismo venoso, o que seria em média 840 mil mortes ao ano. Um resultado significativo se comparado com a falta de informações, que esta doença pode causar.

A trombofilia pode ser de origem hereditária (genética) ou adquirida, as hereditárias constituem um grupo heterogêneo de alterações na coagulação sanguínea aumentando dessa maneira a predisposição de desenvolver fenômenos tromboembólicos, que podem ser mais graves quando há a presença de outros fatores de risco. É através de exames genéticos solicitados por um hematologista, que uma pessoa pode saber se é ou não portadora de trombofilia, no entanto, vale a pena ressaltar que apenas indivíduos que já tiveram algum evento tromboembólico na vida é que fazem exames genéticos para averiguar se são ou não portadores desta comorbidade.


A trombofilia adquirida é decorrente de outras condições clínicas, tais como neoplasia, síndrome antifosfolípide, lúpus, imobilização, uso de medicamentos como a terapia de reposição hormonal, anticoncepcionais orais, heparina, obesidade e tabagismo. No caso das trombofilias hereditárias, as principais mutações são as seguintes:






Algumas pessoas podem ter a mutação do Fator II e do Fator V de Leiden, por exemplo, aumentando significativamente o risco de eventos tromboembólicos. As proteínas C e S são componentes do sistema anticoagulante plasmático natural, as deficiências destas proteínas individualmente ou não aumentam a predisposição de ter trombose venosa. A trombofilia hereditária não tem cura, mas tem tratamento e dependendo da gravidade da doença, o portador precisa tomar anticoagulante até o final da vida para evitar a formação de coágulos.

É importante enfatizar que muitas pessoas podem ser portadoras de alguma das mutações, no entanto podem passar a vida toda sem manifestar qualquer evento trombótico. Por outro lado, o estresse do dia-a-dia pode ser um agravante para a manifestação da doença em algumas pessoas. O estresse causa a liberação de hormônios como o cortisol e adrenocorticotrópico, que reduzem a velocidade do fluxo sanguíneo facilitando a formação de trombos.

A vida agitada das pessoas e os eventos que fogem do controle podem ao poucos ir consumindo as energias do organismo causando uma série de fatores que podem ser entendidos pelo organismo como uma ameaça, o que provoca alterações físicas e emocionais em muitas pessoas, sendo o gatilho perfeito para que trombofilia se manifeste.


Pessoas com trombofilia recorrente e que tomam anticoagulante são praticamente reféns da comorbidade tendo que estar sempre mantendo a calma para que a condição não se manifeste de outras maneiras, além de manter uma dieta saudável evitando outras doenças, tais como diabetes, colesterol, obesidade e pressão alta que podem piorar esta condição de risco de vida. 

Caso conheça algum trombofílico (portador de trombofilia) evite situações de estresse para que a doença não se manifeste e se agrave, pois a vida é o maior patrimônio  de uma pessoa!

Artigo protegido pela Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. É PROIBIDO copiar, imprimir ou armazenar de qualquer modo o artigo aqui exposto, pois está registrado.



Licença Creative Commons
O trabalho Estresse, o gatilho perfeito da trombofilia de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://cafesonhosepensamentos.blogspot.com/2021/03/estresse-o-gatilho-perfeito-da.html.

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