Marisa
Fonseca Diniz
Quando nos referimos às pesquisas científicas, sempre vem
a nossa mente, qual é o objetivo principal dos experimentos. O objetivo
principal das pesquisas científicas pode ser o mais variado possível desde a
cura de uma doença, o desenvolvimento de um remédio específico, um cosmético
revolucionário ou qualquer outra coisa que ajude na evolução da ciência.
Talvez este artigo possa parecer diferente dos demais
escritos anteriormente, no entanto, é interessante expor outros temas, a fim de
ampliar os conhecimentos e despertar a curiosidade. Às vezes um sintoma
esquisito para muitos indivíduos pode passar despercebido, enquanto para outros
pode ser um caso inusitado, e é justamente sobre esses casos que iremos falar
neste artigo.
Imagine se de repente, um médico recebe em seu
consultório um paciente com uma mandíbula fincada no globo ocular? Estranho
não?! Saiba, que situação como esta já foi relatada e publicada em relatório
médico que viraram referência para outros profissionais da área, além de terem sido
destinados a aumentar a pesquisa científica.
Casos como estes despertam a criatividade dos leigos em
medicina, sendo interessante relatar alguns dos casos mais inusitados na área
da saúde para que todos possam conhecer.
Caso Tênia
O velho e bom ditado de não ser recomendável comer carne
crua pode descrever perfeitamente este caso. Um morador da China aprendeu da
pior maneira possível este conselho depois de descobrir que tinha uma tênia de
6 metros vivendo dentro do seu corpo, simplesmente por ter comido carne de vaca
crua.
A tênia vivia dentro do intestino delgado do homem há
pelo menos dois anos antes de procurar ajuda médica. O indivíduo chegou ao
médico com fortes dores de estômago, vômitos, perda de apetite e perda
repentina de peso. O suficiente para que os médicos identificassem rapidamente
a causa dos sintomas, já que o paciente levou uma prova crucial, um fragmento
do parasita que foi evacuado juntamente as fezes.
O parasita combinado com a predileção do indivíduo por
carne crua fez com que fosse concluído que o paciente dividia seu intestino com
uma espécie de tênia conhecida como Taenia saginata,
que se aloja na carne de vaca contaminada.
Graças aos médicos, o paciente pode se libertar do
clandestino inconveniente através de ter sido tratado com antibiótico, que
ajudou a expulsar a tênia de seu organismo em poucas horas. Após três meses
depois do tratamento, os sintomas do homem desapareceram por completo como
relatado no The
New England Journal of Medicine em janeiro de 2016. Depois, a da
experiência desagradável, o paciente deixou de comer carne crua de qualquer
espécie.
Caso Vermes
O incomodo desse caso é a calcificação da bexiga causada
por vermes parasitas, uma dor insuportável, o fato aconteceu com um homem de 43
anos morador do Qatar. Um mês antes de buscar ajuda médica, o indivíduo ao
urinar sentia muita dor, além de ter sangue na urina foi quando os médicos
diagnosticaram uma infecção causada pelo parasita Schistosoma,
que é transmitida por caracóis de água doce.
A infecção estava localizada perto da bexiga e dos ureteres,
que ligam a bexiga aos rins. Os ovos do parasita acabaram parando na parede da
bexiga do paciente, e a resposta imune do corpo fez com que essas áreas da
parede da bexiga se calcificassem em um padrão conhecido como "calcificação
da casca dos ovos", conforme relatório de caso publicado no The New England
Journal of Medicine em fevereiro de 2016.
Apesar deste tipo
de calcificação ser comum como resultado de uma esquistossomose, não é comum
encontrar um paciente com a bexiga toda calcificada, já que este problema pode
levar anos para acumular dentro do corpo.
Os médicos que cuidaram do problema suspeitaram que o
homem tivesse realmente sido infectado pelo parasita quando criança, e tenha
vivido com o problema por pelo menos 30 anos, antes de buscar ajuda médica.
Caso Espinha de Peixe
Um turista de 52 anos estava nadando em 2015 no Mar
Vermelho, quando por infelicidade se colidiu com cardume de peixes. Após o
incidente, a pálpebra do homem inchou e ficou caída.
Em consulta médica foi constatado que o paciente tinha
uma área de inflamação chamada granuloma na
pálpebra, tendo que ser submetido em seguida a uma cirurgia para
corrigir o problema.
No entanto, o granuloma não foi a única coisa que os
médicos removeram do globo ocular do nadador durante a cirurgia, "duas
estruturas tubulares" também foram removidas da pálpebra do homem de
acordo com o relatório publicado no New England Journal of Medicine em setembro
de 2015.
Um biólogo foi chamado para examinar os espécimes
estranhas e descobriu-se que na verdade eram maxilares de um peixe que vive em
águas costeiras relativamente rasas. Os ossos do peixe haviam imobilizado os
músculos que controlavam a pálpebra do homem, fazendo com que ela caísse. Após
a cirurgia, o turista se livrou do incomodo e teve seus olhos recuperados.
Caso Sudoku
Nem sempre o que parece ser é de fato, como é o caso de
um jovem na Alemanha, que de tanto completar sudokus acabou tendo convulsões.
O homem era um ávido praticante de sudoku, antes de sofrer
com as convulsões, no entanto, o que colaborou para que estes eventos
acontecessem foi o fato dele ter ficado preso por algum tempo na neve depois de
uma avalanche. Durante este fato, o jovem experimentou a hipóxia, que é a
ausência de oxigênio suficiente nos tecidos para manter as funções corporais.
Essa condição fez com que o indivíduo desenvolvesse alguns tipos de espasmos
musculares ao redor da boca quando falava, nas pernas quando andava e no braço
esquerdo quando o mexia.
Após ter sido salvo e encaminhado para o hospital, os médicos
receitaram antiepiléticos ao paciente, no entanto, depois de um período de
internação pensaram que as convulsões estivessem sobcontrole. Mas, algumas
semanas depois da alta, o jovem começou a ter convulsões no braço esquerdo,
apenas quando ele resolvia o sudoku.
Os médicos chegaram à conclusão que o problema era que o jovem
tinha uma "imaginação tridimensional" tão intensa que só era ativada quando
fazia sudoku. A parte do cérebro que ele usava quando pensava nas coisas em 3D
era a parte que mais foi afetada pela privação de oxigênio quando ficou preso
sob a neve.
Superativar essa parte danificada do cérebro foi o que
causou as convulsões, infelizmente, ele teve que desistir de praticar Sudoku
para se recuperar totalmente das convulsões.
Caso Fluído Cerebral
Em 2015, uma britânica sofria com fortes dores de cabeça
e como o tempo acabou descobrindo que as dores estavam relacionadas com o vazamento
de fluido cerebral provocado pelas aulas de Pilates.
É necessário, que aconteça algum trauma para que este
fluído vaze, o líquido circula entre o cérebro, a medula espinhal e os
revestimentos externos.
Traumas de acidentes de carro, tumores e cirurgias mal
feitas podem causar este problema, mas neste caso não foi o que aconteceu. Em
algumas pessoas pode acontecer o vazamento espontaneamente, quando há uma
pressão entre o crânio ou a medula espinhal como aconteceu com a mulher
britânica.
O tratamento padrão foi repouso, cafeína e ibuprofeno, de
acordo com o relatório publicado no Journal of Medical Case Report.
Caso Lombriga na Amígdala
Uma mulher de 25 anos reclamava há dias de uma incômoda
dor de garganta desconfiou que fosse uma gripe, mas como a dor de garganta na passava,
decidiu buscar ajuda médica no Hospital Internacional St. Luke’s em Tókio. Ao
ser examinada, os médicos do hospital constataram que a jovem tinha uma
visitante indesejada se movendo na amígdala esquerda, ou seja, uma lombriga de 38
milímetros de comprimento, que foi retirada com uma pinça.
A lombriga de cor preta é um verme muito comum encontrado
em pessoas que consomem peixe ou carne crua. A confirmação veio quando a jovem
disse aos médicos que 5 dias antes comeu sashimi, prato típico japonês feito
com peixe e frutos do mar crus ou mal cozido. Após a retirada do verme, a
mulher disse que não sentia mais nenhum desconforto na garganta.
O caso foi relatado na edição de julho de 2020 na The American Society of Tropical Medicine and
Hygiene, mas o interessante é que o verme foi constatado por meio de
teste de DNA como sendo uma lombriga parasitária de quarto estágio da
Pseudoterranova azaras, que infecta o estômago após um hospedeiro ter consumido
larvas em peixes marinhos crus ou mal cozidos, segundo o estudo, mais de 700
casos como estes já foram relatados no Japão, países do Pacífico Norte, América
do Sul e Holanda.
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O trabalho
Os experimentos mais insanos ao longo dos anos de
Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença
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Baseado no trabalho disponível em
https://cafesonhosepensamentos.blogspot.com/2020/07/os-experimentos-mais-insanos-ao-longo.html.
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