Marisa Fonseca Diniz
A história
da Arquitetura iniciou-se no período neolítico ou pedra polida, onde as
primeiras casas de pedra foram erguidas pelo povo pré-histórico. As casas
eram redondas com bancos de pedra encostados às paredes. Os materiais
utilizados nas construções eram sólidos como a argila seca, materiais vegetais
e madeira. Os alicerces eram de pedra ou pilares de madeira e cobertos por
terraços ou telhados feitos de colmo. As camas eram feitas com o mesmo material
utilizado para erguer as paredes, e possuíam apenas uma divisão onde era
possível encontrar uma lareira que servia para aquecê-las.
Os
monumentos megalíticos ou megálito, que em grego significa “grandes pedras” foi
marcado pela construção de grandes monumentos com base em grandes blocos de
pedras rudes que possuíam objetivos simbólicos, religiosos (voltadas para o
sol) e funerários. As primeiras construções megalíticas da Europa Ocidental
datam do final do IV milênio, e encontram-se na Península Ibérica, norte da
África até os países nórdicos.
Stonehenge é
um alinhamento megalítico da Idade do Bronze localizado na planície de
Salisbury no Condado de Wiltshire, no sul da Inglaterra. É uma estrutura
composta formada por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter 5 metros
de altura, e pesam mais de 50 toneladas. Acredita-se que este tipo de
construção era usada para estudos astronômicos, mágicos ou religiosos.
O
Cromeleque dos Almendres é outro exemplo de monumento megalítico, sendo o maior
conjunto de menires estruturados da Península Ibérica, e um dos mais
importantes. Localiza-se a 13 km da cidade de Évora, no Alentejo ao sul de Portugal.
À medida que
as comunidades evoluíam e aumentavam, a arquitetura ia desenvolvendo novas
características. As primeiras obras importantes da arquitetura ocidental foram
realizadas a 3.000 anos antes de Cristo pelos egípcios. A maioria das obras era
destinada às práticas religiosas ou a conservação de mortos, destacam-se as
pirâmides, a Esfinge e o Templo de Karnak, no Egito.
Os gregos
desenvolveram sua arquitetura entre os séculos VII e II a.C., e construíram
imponentes edifícios com base no método simples de coluna e dintel. As fileiras
de colunas sustentavam as vigas ou dintéis, e sobre elas eram apoiadas o teto,
três estilos serviam como base deste método que eram os: dórico, jônico e
coríntio.
No século II
a.C. os romanos copiaram os estilos dos gregos, e construíram edifícios mais
altos e com arcos de pedra caracterizando assim a arquitetura clássica.
Catacumbas, fontes, obeliscos, pontes, templos eram caracterizados pelo estilo
clássico que se propagou por toda a Europa. As principais construções da época
são o Panteão de Roma e o Arco Constantino.
No período
da Idade Média, o arquiteto era visto apenas como sendo um criador solitário do
espaço arquitetônico e da construção. O conhecimento construtivo era guardado
pelas corporações, e a execução das obras eram feitas por mestres-obreiros. A
principal característica destas obras eram religiosas voltadas para o centro do
universo. A arquitetura gótica surge mais tarde como um estilo arquitetônico
que busca alcançar o céu através da indução da perspectiva para o alto.
Abóbadas cada vez mais elevadas e maiores eram construídas, apoiando-se em
suportes constituídos por arcobantes e contrafortes com a função de equilibrar
o peso excessivo das mesmas. A arquitetura ocidental atingiu neste período, um
dos pontos mais culminantes da arquitetura pura. As principais construções
góticas da Europa são: Abadia de Beverley na Inglaterra, Catedral de Notre
Dame, Catedral de Metz e Catedral de Amiens na França.
Com fim da
Idade Média a estrutura de poder da Europa mudou radicalmente. Antigos tratados
arquitetônicos romanos foram descobertos, influenciando a nova arquitetura
permitindo avanço nas técnicas construtivas, novas experiências e a concepção
de novos espaços. A ruptura na História da Arquitetura a partir do Renascimento
proporcionou uma maior independência dos novos arquitetos que manifestavam
através de suas construções de estilo próprio.
A
arquitetura do Renascimento era bastante comprometida com a visão do mundo que
se baseava em dois conceitos essenciais: o classicismo e o humanismo. Alguns
exemplos de construções renascentistas são: Palácio de Frederiksborg na
Dinamarca, Scuola Grande di San Marco, Catedral Santa Maria del Fiore, Catedral
de Florença, Capela Pazzi, Tempietto de Bramante, Pinacoteca de Brera, Capela
Sistina na Itália.
Após o
Renascimento, surgiu a arquitetura barroca que era diretamente ligada a Contra
Reforma, um movimento que surgiu dentro da igreja católica que manifestava o
desejo de reformar-se em resposta a Reforma Protestante. A arquitetura barroca
era a declaração visível da riqueza e poder da igreja. A libertação da simetria
e a antítese entre o espaço interior e exterior era uma das características da
arquitetura barroca, destacando principalmente a imagem de santos. A arquitetura
barroca ocorreu em países “católicos” da Europa, tais como: Itália, Portugal,
Espanha e Áustria. As principais construções da época barroca são: Igreja de
Sant’Agnese, Basílica de São Pedro e Igreja Sant’Andrea delle Fratte na Itália,
Château de Masons-Laffitte, Igreja Val de Grace, Château de Versailles e Temple
du Marais na França.
A Europa
assistiu um grande avanço tecnológico no fim do século XVIII e início do século
XIX devido a Revolução Industrial e a cultura iluminista. Novas tecnologias
construtivas e estruturais surgiram e materiais antigos como a pedra e a
madeira foram substituídos pelo concreto ou betão, mais tarde pelo concreto
armado e pelo metal.
Os
arquitetos passaram a rejeitar a religiosidade intensa na estética exagerada do
barroco, e começaram aplicar técnicas mais racionais ao antigo repertório de
construções clássicas do passado surgindo dessa maneira o estilo neoclássico. O
Museu Nacional dos Coches e o Hospital de Santo Antonio em Portugal são
exemplos de construções neoclássicas.
A partir do
século XIX as cidades começam a desenvolver alarmantemente, e há a necessidade
de controlar o espaço urbano levando a desenvolver o urbanismo como uma
disciplina acadêmica. A arquitetura começa a ser questionada por críticos que
alegam crise na produção arquitetônica que segue por todo século XIX, e só é
resolvida com o surgimento da arquitetura moderna.
A
arquitetura moderna é caracterizada por não produzir ornamentos criando espaços
e objetos abstratos, geométricos e mínimos baseados nas vanguardas artísticas
das décadas de 1910 e 1920. A industrialização, a economia e o design tiveram
influência direta na arquitetura moderna. As edificações são mais econômicas,
limpas e úteis. Algumas construções da arquitetura moderna: Bienal de Veneza na
Itália, Casa da Música em Portugal, Vitra Fire Station na Alemanha e Terminal
Hoenheim-North na França.
A
arquitetura contemporânea vem sendo praticada nas últimas décadas devido à
reação de alguns arquitetos atuais que propõem novas concepções estéticas
e projetos radicalmente novos, tais como: high-tech, sustentável, vernacular,
futurista. Exemplos de construções contemporâneas: Terminal do Aeroporto de
Madri na Espanha e Museu Mercedes-Benz na Alemanha.
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