Inteligência ou beleza?

Marisa Fonseca Diniz

Inteligência ou beleza? O bom seria se todos fossem inteligentes e bonitos, assim não haveria uma disputa desleal entre estas duas características. No entanto, vale a pena ressaltar que, quem muito se preocupa com a estética não tem tempo para se dedicar aos estudos.

A inteligência deve ser cultivada um pouquinho cada dia, assim quando ficarmos mais velhos os nossos conhecimentos e aprendizados adquiridos ao longo dos anos fará com que a sabedoria seja tudo aquilo que há de melhor e disponível no momento. Sabendo-se que a beleza mesmo quando cultivada um dia acabará, pois não seremos jovens a vida toda, nem mesmo usando o melhor creme facial ou fazendo as melhores cirurgias plásticas.

Pensando nas hipóteses reais, quando ficamos velhos a beleza estética já não existe ficando apenas a inteligência cultivada anos a fio, e é justamente neste momento que podemos perceber que a inteligência e a beleza se fundem em uma só, pois não há nada mais belo do que uma pessoa madura e inteligente fazendo com que a ela seja realmente bela.

Quão agradável é estar ao lado de uma pessoa mais velha e rica em conhecimentos, o que nos faz pensar o quanto foi adquirido de aprendizado ao longo dos anos de vivência, e que não há nada mais sublime do que isso.

Em contrapartida, não podemos esquecer que há muitas pessoas que passam a vida toda cultivando apenas a beleza, seja ela facial ou corpórea, e que com o passar dos anos podem ficar deprimidas por perceberem que a velhice é sim o ponto final da vida.

O envelhecimento faz surgir curvas não tão belas para muitos, mas que mostram o quanto uma pessoa foi capaz de suportar as dores e compartilhar as alegrias, uma vez que muitos infelizmente não terão a mesma sorte e ficarão pelo caminho. 

A falta de aceitação de que a beleza um dia acabará tem feito com que muitas pessoas entrem em um turbilhão de emoções sentindo um vazio enorme dentro de si. Aceitar que existe um início, meio e fim faz toda a diferença na vida de alguém, não seremos eternamente jovens, mas podemos sim ser eternamente sábios e conscientes de que é possível sermos inteligentes e belos ao mesmo tempo sem forçarmos nada, apenas aceitando a pele enrugada, as deficiências de locomoção, a fragilidade no falar e a lentidão no ouvir.

O final da vida é sempre um momento de reflexão, onde acumulamos conhecimento para compartilhar com os mais jovens, sem murmurar o tempo que já passou e que não voltará mais. Pense nisso!

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